Prefeitura de SP confirma quatro mortes de motociclistas em duas avenidas após implementação da faixa azul
02/05/2024
(Foto: Reprodução) Óbitos ocorreram na Avenida dos Bandeirantes e na Avenida 23 de Maio. Ambas fizeram parte do projeto piloto e ficaram mais de um ano sem registrar óbitos. Gestão municipal inaugura nesta quinta (2) mais 8,1 km de faixas de segurança para motociclistas na cidade. Sinalização da Faixa Azul na cidade de SP
Reprodução/CET
A Prefeitura de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (2) que a capital teve as primeiras quatro mortes de motoqueiros em vias onde já estão instaladas as chamadas ‘faixas azuis’ de segurança aos motociclistas.
Três mortes aconteceram na Avenida dos Bandeirantes e uma na Avenida 23 de Maio, na Zona Sul da capital paulista.
A implantação da faixa azul na na Avenida dos Bandeirantes, na Zona Sul, aconteceu em agosto de 2022 e fazia parte do plano piloto de implantação dessas vias de segurança na cidade.
A via tem um alto número de trânsito de motocicletas: 1.653 motos por hora no horário de pico, sentido Bairro/Centro, segundo a CET. O limite de velocidade da avenida é de 50 km/h.
Já na Av. 23 de Maio, a implantação da sinalização azul exclusiva aconteceu em janeiro de 2022 e, no primeiro ano, não havia registrado nenhuma morto de motociclista desde a implantação.
Novas faixas azuis
Na manhã desta quinta (2), a Prefeitura de São Paulo inaugura nesta mais 8,1 km de faixas azuis.
As novas vias serão implantadas nos corredores Washington Luís e Santos Dumont, na rua Santa Eulália, na Zona Norte, e no túnel Ayrton Senna (sentido bairro), na Zona Sul.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego(CET), com a inauguração, a cidade chega a 98,2 km de faixa azul.
Recorde de mortes
Primeiro trimestre de 2024 bate recorde de mortes de motociclistas na capital
Apesar do esforço da gestão municipal em diminuir as mortes, no 1º trimestre de 2024 foi o mais mortal para motociclistas na cidade de São Paulo desde o início da série histórica, em 2015, quando os dados começaram a ser coletados pelo governo estadual — foram 108 óbitos nos primeiros três meses do ano.
O número representa um aumento de 25,5% em relação a 2023, quando foram registradas 86 mortes de motociclistas na capital. Veja gráfico abaixo:
Luiz Vicente Mello, especialista em mobilidade urbana, diz que a quantidade de motociclistas aumentou consideravelmente nos últimos anos, o que pode explicar o recorde.
"Há vários fatores, mas um principal, que vejo claramente, é o número de emplacamento de motocicletas, que estão superando os emplacamentos de automóveis. Estamos vendo migração de pessoas que antes estavam andando de carro e passaram a andar de moto”.
Por outro lado, não houve mortes nas recém-implementadas faixas azuis — são 98 quilômetros de faixas exclusivas para motos espalhados em dez avenidas da capital. A meta da prefeitura é expandir para 200 quilômetros até o fim do ano.
Mello avalia como positiva e implantação dessas faixas na capital, e diz que é necessário investir em engenharia e conscientização para melhorar os índices:
"Acho que o ponto principal é a conscientização de que a moto é um veículo que precisa ser pilotado com muita atenção. É um trabalho na engenharia voltada à ampliação da faixa azul, aumentar o número de bolsões, trabalho efetivo educacional para os novos condutores e entregadores e uma efetivação da fiscalização para que as pessoas cumpram a lei e não façam as infrações do dia a dia que vemos na cidade”.
Na tarde desta segunda-feira (29), um motorista de 57 anos esmagou uma motocicleta contra um poste na Zona Leste da capital. Ele estava bêbado e foi preso em flagrante. O motociclista, que é entregador por aplicativo, jogou-se antes de ser atingido.
A prefeitura da capital disse que tem implementado medidas para reduzir o número de mortes nas ruas, como a ampliação da faixa azul e das frentes seguras, que são os bolsões citados na reportagem.
